O baixo índice de sucesso encontrado na literatura a respeito de casos de retratamento endodôntico é um tanto quanto desanimador. Os trabalhos publicados mostram que apenas por volta de 74% dos canais radiculares retratados com lesão periapical podem alcançar o reparo periapical (Sundqvist, 1998); portanto 26% dos casos podem fracassar. Esses índices representam um forte argumento para que os dentistas passem a indicar a substituição de dentes que necessitam de retratamentos endodônticos por implantes.

As dificuldades são óbvias. Não é tarefa fácil para iniciantes e, muitas vezes, é um grande desafio para os especialistas. É preciso conhecer bem a anatomia e suas variações anatômicas, trabalhar com os princípios biológicos que regem o processo de reparo, reconhecer o papel dos microrganismos e sua importância nos limites do canal radicular e na área periapical. Ainda assim, não basta ter o conhecimento e os recursos tecnológicos, como o microscópio clínico, as pontas ultrassônicas e os sistemas rotatórios, para alcançar o sucesso. É necessário o conhecimento científico e, acima de tudo, muito treinamento em dentes extraídos, com a orientação de técnicas, passo a passo.

Escrito por um clínico especialista em endodontia, doutor Mário Luis Zuolo, Reintervenção em endodontia, segunda edição, é um importante guia, no formato passo a passo, para cirurgiões-dentistas, estudantes nos diferentes níveis, da graduação à pós-graduação e especialistas, os quais se dedicam à difícil missão de retratar canais radiculares.